segunda-feira, 28 de maio de 2012

Solidariedade e Gratidão


No dia 20 de Maio de 2012 as novas instalações da Cruz Vermelha – Delegação de Serafão foram inauguradas, trazendo á luz do dia a debutante equipa de direcção do núcleo, muitas caras curiosas, algumas personalidades do concelho e o distintíssimo senhor Francisco Alvim, a representar a Delegação de Braga.

As digníssimas celebrações foram iniciadas às 17h00, ao som das quais, o corpo de voluntariado nos saudou com uma parada na entrada das instalações - embelezada pelo fantástico arranjamento urbanístico, tão enaltecido, e que com certeza dentro de uns tempos conseguiremos admirar. De seguida iniciaram-se os discursos, onde muitos elogios foram tecidos às câmaras, á paróquia e aos benfeitores (anónimos) - que contribuíram para que a obra se realizasse. Pelo meio desses calorosos agradecimentos referiram-se as mãos que estiveram por detrás do projecto e que o levaram avante.


Muito se falou na crise, na falta de fundos, da necessidade de doações. Um apelo á generosidade e solidariedade deste povo que tem feito tantos esforços. Curiosamente um apelo feito inúmeras vezes por outros membros da delegação – para dar aos nossos socorristas um “espaço físico” confortável, como que uma recompensa pelo seu trabalho altruísta. Só posso desejar que a bênção que o Senhor Padre Carlos deu ao local possa abranger também o apelo dos novos dirigentes, e tocar o coração do povo que se juntou para esta celebração magnífica. 

Também se mencionou repetidamente a necessidade e a utilidade destas novas instalações, finalmente uma “sede digna e fundamental”; indagou-se até a hipótese de ser “uma das mais belas do concelho” quiçá a nível nacional – resumidamente um monumento que deve ser um ORGULHO para o povo desta freguesia e das outras que esta organização SERVE. Um agradecimento especial dirigido aos VOLUNTÁRIOS ou não, que se dedicam e dão o seu tempo sem pedir nada em troca, numa sede de contribuir e ajudar o próximo - na medida do possível, claro.

E quando tudo estava satisfeito com as palavras e os actos executados com todas as cerimónias, como de resto a ocasião requeria, seguiu-se uma visita às instalações e terminou-se com um pequeno lanche para todos os presentes. Parabéns a nova direcção e boa sorte. 

Gostava de salientar o discurso eloquente e inspirador do Dr. Alvim, um senhor no sentido literal da palavra, um homem com uma ligação longa á Cruz Vermelha e um carinho especial pela Delegação de Serafão. Falou com emoção enquanto recordava o nascimento deste núcleo, em 1992, e como ele acompanhou de perto o crescimento e desenvolvimento do mesmo; e esteve sempre atento e solidário com as dificuldades que já há muito se faziam sentir. E sublinhou, delicadamente, a necessidade de GRATIDÃO para com aqueles que trabalharam arduamente para que tudo isto se tornasse possível, uma palavra que ligou perfeitamente com a necessidade de SOLIDARIEDADE para com o próximo. Um acordar para alguns, tenho em mim essa esperança, porque nunca é tarde para agradecer as dádivas e ajudar o nosso semelhante. E deixou um último conselho para os que cá ficarão, o de continuar na “senda dos seus antecedentes” por um ambiente agradável e de entreajuda dentro da organização, e o de continuar o trabalho mantendo sempre a humildade e a dedicação que devemos ter para com o próximo.


Um caminho a seguir, um caminho talhado nesta instituição por um homem que foi homenageado nestas celebrações. Um grande homem que com força hercúlea ergueu este edifício, que neste dia todos admiraram e aplaudiram fervorosamente – este homem que todos conheceram - MANUEL VAZ AFONSECA. Lembrado mais uma vez com saudade pelos que o conheceram e reconheceram pelas qualidades verdadeiramente altruístas, solidárias e honestas; que deu corpo, alma e coração para que os seus conterrâneos pudessem usufruir duma assistência médica com qualidade e acima de tudo com prontidão. E tantas coisas mais poderia eu dizer, tantas coisas que não são ditas mas estão cravadas nos corações e que sempre sentirão saudade de quem partiu.

E porque uma imagem vale mais que mil palavras deixo-vos com esta que contém as palavras suficientes para designar o que foi a “Inauguração da Cruz Vermelha – Delegação de Serafão”.









A foto é minha por isso a sua cópia ou uso é ilegal. Por favor não roubem o meu trabalho.

sábado, 26 de maio de 2012

Sugestão 1#

Recentemente fiz uma apresentação sobre o conto "O caso curioso de Benjamin Button" por F. Scott Fitzgerald. Uma história muito interessante e "curiosa", muito diferente da visão apresentada pelo filme, e por isso mesmo aconselho vivamente a lerem e a tirarem as vossas conclusões.
Versão Original:
http://xroads.virginia.edu/~hyper/fitzgerald/jazz/benjamin/benjamin1.htm

*Não encontrei uma versão em português infelizmente.

Aconselho que vejam o filme também, uma boa maneira de comparar as diferenças culturais e morais das duas épocas.

Aquilo que eu posso dizer é que é uma lição de vida, e tem tantos pormenores que analisados a lupa nos levam por caminhos que não poderíamos imaginar numa primeira leitura.
Não vou dar mais pormenores vou deixá-los a mercê da vossa imaginação.


(The image goes directly to the 
site of the creater of this edition)


 Concluo com este pequeno excerto do filme, que para mim diz muito...

















E numa nota de rodapé deixo-vos este poema, que pode não parecer mas relaciona-se perfeitamente com esta história, espero que goste desta minha pequena revisão/resumo da minha interpretação deste conto. Conto com as vossas opiniões:

The Road Not Taken

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim
Because it was grassy and wanted wear,
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I marked the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I,
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Meu Herói


Todos nós temos um herói, um ídolo, alguém que admiramos tanto ao ponto de querermos ser como eles. Eu também já tive os meus ídolos, e hoje dia também os tenho, pessoas que me inspiram a ser uma versão melhor de mim mesma.
Isso para mim é um herói, alguém que faz ou fez coisas tão incríveis na sua vida que me inspiram a melhorar-me, a ser alguém de quem me posso orgulhar, a ser alguém de quem possam ter orgulho.

E hoje queria dizer algumas palavras sobre o meu herói, o melhor homem que eu conheci até hoje. O meu avô….
Ainda e tão difícil articular aquilo que sinto em relação a tudo o que se passou, a tudo o que se passa dentro de mim e comigo. Mas hoje senti a vontade de tentar pela primeira vez fazer uma pequena homenagem ao homem que me criou, ao homem da minha vida.

É a pessoa que mais me inspirou a escrever e que sempre acreditou em mim, mesmo quando eu não acreditei. Desde o primeiro momento que pegou em mim. Nunca desistiu de me mostrar que o mundo pode ser terrível, pode tentar deitar-nos abaixo de muitas maneiras mas que não podemos desistir, não podemos deixar-nos vencer - porque o mundo tem coisas maravilhosas, coisas que me ensinou a estimar. Ensinou-me a generosidade, a honestidade, a amizade, a verdade, a justiça, a igualdade, o orgulho e acima de tudo o amor incondicional. Um amor que vai para além de tudo, porque foi isso que fizeste por mim: deste-me tudo, mais que uma casa e comida deste-me valores, e isso não tem preço.

Não há palavras suficientes para explicar o que fizeste por mim ou o que eu não tive tempo para te dizer, para te agradecer. Não há palavras suficientes para fazer justiça ao homem que foste e que sempre serás, no coração das pessoas que marcaste ao longo da tua vida.  

Dói muito pensar que não estás ali ao lado á espera de me abraçar quando eu preciso, e eu preciso tanto. Sinto a tua falta todos os dias e todos os dias sonho com o momento em que vou conseguir ser a pessoa que sempre quis ser, uma pessoa de quem te podes orgulhar (onde quer que estejas).
E de repente lembro-me, tu amas-me e tu não te importas com aquilo que eu sou porque sabes que me deste as ferramentas certas para eu ser alguém com bom coração, alguém honesto e verdadeiro; e é só isso que tu querias de mim. Mas em tudo o que eu faço, e em tudo o que farei na minha vida vou sempre lembrar-me de ti e das coisas que me ensinas-te. Vou fazê-las para mim e para ti.

Espero que um dia te possa fazer a homenagem que mereces, mas por hoje fica aqui um grande AMO-TE, um AMO-TE com saudade.



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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Confissões de uma "Pseudo-Escritora"

Sinto que chegou a hora de ser sincera, por tanto tempo escondi-me atrás de máscaras de felicidade e de palavras pré-produzidas que confortavam as pessoas – por tanto tempo que me esqueci da minha verdadeira essência. E agora parece que algo “quebrou” em mim e não sinto a necessidade de agradar ninguém com as minhas palavras, e não o voltarei a fazer. Vou clarificar algo: não acho que tenha um grande dom, mas uma vez que tenho aqui um canal aberto e que sou livre de dizer o que penso, vou pegar na minha “liberdade da palavra” e usá-la a meu bem parecer. Não peço que gostem ou que concordem apenas que respeitem.

Nos últimos tempos tenho pensado muito e sobre várias coisas, e por vezes toco num dos pontos mais sensíveis do meu íntimo: “Quem sou eu?” - uma questão que me assustava no passado, porque não sabia e não queria descobrir … Não tenho medo agora e já sei a resposta, e a resposta é “Não sei e não faz mal” ainda tenho tempo e estou desejosa de experimentar a vida. A questão que mais me importa é que me mantenha fiel a mim mesma, e por muito tempo não o fiz. Quero recuperar a minha essência e isto para mim é um começo, um começo honesto... Daí esta confissão!

Não vou aceitar pressões ou criticas ao meu estilo e as minhas escolhas de vida, vou continuar esta jornada de descobrimento de mim mesma, e por enquanto vou escrevendo o que sinto, o que penso, o que sonho até… 

Tenho a consciência limpa, tenho o coração leve e a alma transparente...
Não sou falsa, não minto e não finjo...
Estou aqui, estou livre e estou feliz…




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sábado, 12 de maio de 2012

Direitos do Consumidor


 Todo o mundo sabe o que são “Direitos do Consumidor”, mas saber o significado dos signos não significa que se saiba realmente o que significa Direitos do Consumidor. 

Na situação económica actual, em que vemos os nossos direitos restringidos em prol do bem comum e da reconstrução de um país em ruinas, tornamo-nos mais inócuos perante situações que perfuram a ínfima liberdade que nos resta. Agarrados a um passado epopeico, Iludidos pelas promessas ocas e pelas promoções aliciantes, esquecemo-nos que a luta não terminou e que não nos podemos acomodar e esperar que alguém faça algo por nós. 

Porto Cartoon World Festival_Mihai Ignat



E por falar em crise e em “apertar o cinto”, uma expressão que se repete quase mecanicamente, porque não adoptar algumas medidas simples para “sobreviver” com dignidade? Umas das coisas que mais me impressiona é que, mesmo sabendo que o monopólio do petróleo explora o povinho, esse mesmo povinho sujeita-se aos aumentos e, recentemente, ridículas descidas de preços e “vai andado enquanto dá” - “os transportes públicos ainda não são uma alternativa interessante ao automóvel” – segundo um estudo da DECO / PRO TESTE. São uma opção mais ecológica, prática, normalmente cómoda e essencialmente económica, mas mesmo assim ainda precisa de ser melhorada. Em termos de atendimento, rapidez dos serviços e também adaptada á crescente necessidade do consumidor, especialmente nas zonas menos populosas (falando particularmente do nosso concelho). Eu não sinto necessidade de contribuir para a destruição da camada do ozono, mas enquanto consumidora sinto-me no direito de exigir o mínimo de condições quando pago para ter um serviço. Pedem-nos esforços, pedem-nos dinheiro, pedem-nos “usem os serviços PÚBLICOS” e no fim de contas parece que nós CONSUMIDORES é que estamos a “pedir” um favor. 

Existem informações mais que suficientes, apoios mais que necessários e só falta consumidores que desejem proteger os seus direitos. Enquanto nos deixarmos guiar inconscientemente, acreditando esperançosos que o futuro vai ser melhor, eliminamos todas as oportunidades de remendar o presente. A partir do momento em que todos se aperceberem do que se passa e se levantarem mais uma vez para lutarem, talvez aí possam reerguer a tão esplendorosa pátria á beira-mar plantada, que tantas glórias conquistou. Aquela de que tanto nos orgulhamos mas que já há muito o deixou de ser.

Temos direito a ter direitos. 
                                                                                                                    

08-05-2012

TEMPUS FUGIT

O tempo corre, as horas, os dias, as semanas, os meses, os anos passam quase sem darmos por isso. Vivemos, crescendo e aprendendo, com um olhar no futuro que parece não chegar, e nós sedentos de “ser alguém”. E num momento em que o tempo pára, a visão distorce-se e tudo parece perder o sentido, só uma coisa é real: o agora. Somos obrigados a aceitar que somos simplesmente humanos. E aí restam os fragmentos da felicidade e facilidade de outrora, fragmentos que teremos de reunir e carregar connosco, enquanto voltamos lentamente à ilusão de que o fim ainda está longe.

O tempo foge, irremediavelmente ele foge. Não adianta ignorar porque ele nunca se esquece, nunca espera. Enfrentá-lo é respeitá-lo, porque não o podemos vencer. E o amor é a única coisa que devemos deveras ambicionar, porque ele nunca morre, nunca se esgota e alimenta o espírito em todos os momentos da vida. O amor-próprio, o amor aos outros, é isso que nos aconchega a alma e nos dá força para viver, um dia de cada vez, e continuar… Enquanto existir amor, todas as vitórias e derrotas encontram no seu cais um porto seguro para ancorar, e no íntimo do nosso coração residirão todos aqueles que amamos e perdemos. 

A memória é uma faculdade fascinante, o poder guardar e recordar momentos, sensações e pessoas, é uma ferramenta frutuosa. Mas a memória às vezes também nos atraiçoa, e quando desejamos esquecer, ela convida-nos a relembrar um pouco mais, e enquanto o coração chora de saudade, a memória diz-nos “isto é bom”. Mas não a devemos culpar, porque recordar é melhor que esquecer, e um dia quando as memórias forem menos dolorosas vai ser bom saber que valeu pena e que há uma razão para a nossa existência: sermos felizes. 

Por isso mesmo devemos agarrar o tempo e enquanto ele tenta escapar-nos por entre os dedos, vivermos ainda com mais força, mais alegria e mais esperança. Um dia pode ser já amanhã, e enquanto andamos preocupados com a casa ou o carro que queremos comprar quando formos “grandes” (ou qualquer outro problema “insolúvel” que parece encher-nos o pensamento), podemos parar no tempo, olhar em volta e agradecer-lhe, agradecer porque estamos aqui, agora e temos as ferramentas todas para sermos felizes, só temos que querer. Vamos ser felizes… 

Para Ti Avô: 
Porque por mais que o tempo passe,
As tuas memórias hão-de viver sempre em mim. 

26-04-2012



La persistencia de la memoria , Salvador dalí (1931)