terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano Novo?





Ano Novo talvez, eu já comecei o meu ano novo há uns dias atrás, mas vocês já sabem que eu não sigo as tradições (Oh chatice) lol… O que eu quero escrever hoje é sobre o ano que vivi em 2012.
Posso dizer com toda a certeza que é um ano que nunca vou esquecer, vai ficar marcado em mim para sempre – e posso garantir…

O começo foi maravilhoso. Descobrir o que é amar de verdade, ser feliz completamente, viver um conto de fadas… Felicidade total.. E por isso a vida decidiu que eu deveria pagar as minhas dividas… 

Pois é, como sabem, ou não – sou Budista logo acredito que tudo na minha vida depende de mim… Paguei muito para receber esta felicidade mas por outro lado esqueci-me de muita coisa…. E o meu karma estava nas "lonas"...

Por tantos anos – desde os meus 17 – vivi presa numa mágoa e revolta sem medida, e com o passar do tempo tudo a minha volta se tornou em nevoeiro, não via mais nada… Só a minha dor e a culpa, a culpa que não era minha… O meu pai biológico tem a idade mental de uma criança de 5 anos e um dia decidiu não me ver mais, (porque lhe dava muito trabalho!) Durante anos perguntei-me se a culpa seria minha, por isso decidi descobrir; e descobri que pai é aquele que ama não aquele que nos deu um mísero espermatozóide. Essa mesma criatura, que se acha imaculada de culpa – tal qual uma criança de 5 anos que não compreende o que é ter responsabilidade pelos seus actos – continua a achar que faz parte da minha vida…. A sério, eu não devo contas a ninguém mas também não tenho nada a esconder do mundo – por mais que muita gente ache que sim – está aqui para todo o mundo ler! Para que duma vez por todas compreendas que para mim tu és só uma pessoa, e um pessoa que eu desprezo… Este assunto para mim está encerrado e a minha alma está limpa.

Mas enquanto me debatia nesta ilusão de um dia poder ter um pai que me amasse, descuidei-me e não dei valor a ninguém. É verdade, sou egoísta, sou egocêntrica e só me preocupei com a minha dor, com a minha vida. A minha família lutou tanto para me ajudar, mas eu afastei-os sempre e sempre porque nada mais me importava a não ser eu, e eu não merecia ser amada. Que idiota que eu fui. Tão egoísta tanto tempo… Perdi a noção de mim mesma, e achei que a vida me devia muito e eu é que estava em dívida…

Este ano sofri, mais do que alguma vez pensei que pudesse sofrer. Não há palavras para descrever a dor, a agonia, o desespero que se apoderou de mim quando o meu pai, o meu avô, o homem da minha vida, deixou esta dimensão (Ainda hoje não consigo dizê-lo sem chorar). Já escrevi tantas vezes sobre ele, aqui, que vocês já sabem o homem maravilhoso que ele era, e tudo o que ele me ensinou. Palavras nunca chegarão para descrever o que ele fez por mim, por amor, sem pedir nada em troca, sem obrigação – mais que meu pai, foi e continua a ser uma luz na minha vida. Uma luz que nunca se extinguirá. Só nesse momento percebi tudo o que eu tinha perdido, tanto tempo fechada numa prisão de mim mesma - e de repente caí na realidade. A queda foi mais dolorosa do que eu podia aguentar.
Seguiu-se uma nova etapa, a mais difícil de todas, vencer os meus medos, as minhas fraquezas e ser capaz de dizer adeus – e guardar a memória do meu avô, do meu anjo, com muito carinho dentro de mim.

Percebi que quase todas as pessoas na minha vida não queriam lá estar, e que no fim estava praticamente sozinha. Mas a vida é assim, eu tinha muito karma para reconstruir, e continuei como pude. O meu pilar desde esse momento até agora é o meu namorado e a minha família. Que aprendi a valorizar devidamente, e que são neste momento e para o resto da minha vida, a minha prioridade.

Com tudo isto a acontecer percebi algo muito interessante, já não me importava com o que as pessoas pensavam de mim. A vida é demasiado rápida para perder tempo a pensar no que os outros pensam de mim. E por isso comecei este blog, em honra do meu avô que sempre me incentivou a escrever – mesmo quando eu achava que não conseguia escrever uma frase com nexo – em honra do homem que me fez ser quem eu sou. Única, forte e corajosa. Eu sei que não sou o meu avô, por mais que eu admire; mas eu não quero ser igual a ninguém – eu sou eu, e é isso que o meu avô me ensinou. Por mais diferente que eu fosse, ele  sempre me amou e apoiou em tudo, por mais estranho que parecesse – assim como a minha família. Mas o meu avô era alguém especial e compreendia-me de uma maneira que mais ninguém compreende. E eu sinto a falta dele todos os dias.

Mas este ano descobri a minha vocação, a minha voz, o minha essência… Aqui tenho uma voz, tenho direito a ser tudo o que eu quero ser, aqui expresso-me da melhor maneira que consigo e sei… Muito mais importante que isso, sei que o meu avô está feliz com a pessoa que eu sou. E que por causa dele eu sou exactamente assim, e nada mais…Honesta e feliz!

Este ano vou lutar muito para curar esta doença que me assombra; para concretizar os meus sonhos – por mais impossíveis que pareçam; para lutar pela minha felicidade e dar amor a quem o merece. Nunca mais estarei só… E para finalizar vou fazer algo que queria fazer há algum tempo, mas que agora faz muito mais sentido… Depois verão…

I LOVE MY FREAKLES AND ALL MY IMPERFECTIONS

Eu gostaria muito de saber como foi o vosso ano e o que desejam que este novo ano seja :D 



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