quarta-feira, 19 de junho de 2013

Refletindo sobre… as greves

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Nos últimos dias a imprensa nacional debruçou-se sobre a grande aderência dos professores do secundário á greve nacional, que se realizou no dia do exame nacional de português. Já se questionava anteriormente quais seriam as repercussões desta demanda e se a voz do povo se faria ouvir. No fim de contas o movimento captou a atenção dos média e do governo mas as mudanças ainda se fazem esperar.

Tenho uma opinião “negativa”, que eu própria considero pouco informada, sobre as greves que são tão populares hoje em dia. Não querendo ferir susceptibilidades penso que estas greves extraordinárias prejudicam mais do que ajudam. Não quero nem vou de modo algum menosprezar os motivos que levam estes profissionais a entrar em greve. A educação é um dos pilares da nossa sociedade e fulcral para moldar as mentes dos jovens de hoje que serão os adultos de amanhã. Sou testemunha das condições miseráveis que muitas vezes são oferecidas a estes profissionais e a instabilidade que a carreira oferece - o que nesta economia se torna uma combinação desesperante. Tive o privilégio de ser orientada por verdadeiros mestres e amantes da arte do saber e ensinar, e tenho o maior respeito pelo trabalho que desenvolvem e a “Fé” e esforço que colocam sob a instrução dos pupilos de hoje em dia (mas isso já é motivo para outra discussão). E por isso apoio e compreendo o descontentamento e a necessidade de ver o governo, que normalmente deixa tudo por meias palavras, tomar uma posição firme e definida. No entanto questiono-me se este é o caminho certo ou o mais frutífero.

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As greves são uma manifestação contra algo que está errado na sociedade e por isso devem ser levadas a sério e consideradas com respeito, mas como tudo na vida, tem também um lado negativo. Quando os funcionários que são responsáveis pelos transportes públicos decidem fazer uma greve, os trabalhadores que estão dependentes destes sofrem as consequências sem fazerem parte da demanda dos primeiros. Parece-me extremamente injusto pagar o justo pelo pecador! Neste caso os lesados são os alunos que precisam do exame para se candidatarem ao ensino superior e se vêem numa situação de incerteza e nervosismo desnecessárias. Mais que isso, e como se verificou em Braga, a forma como se lidou com a falta de professores para a realização dos exames levou ao “prematuro caos” por parte dos alunos que não puderam realizar os exames - que perturbaram a ordem e a segurança. Mesmo com o Ministro da Educação a tentar suavizar a situação e a garantir soluções, o facto é que é uma situação grave e deveria ser lhe dada a devida importância e não ser tratada como um pequeno percalço. Por vezes pergunto-me se estaremos assim tão longe dos tempos em que esfaqueavam os imperadores porque não estavam contentes com a ditadura praticada por este. Pinto um quadro cómico mas a preocupação é real! 

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Mas que sei eu sobre isto? Muito pouco, pergunto-me que outra solução posso eu propor para resolver os problemas que perturbam o normal funcionamento da sociedade? Não faço a mínima ideia, mas também acho que esta não é a melhor. Gostava que o governo tivesse em consideração as necessidades da população? Claro que sim, mas as coisas são como são e temos que trabalhar com o que temos. Não será a hora de nos concentrarmos em levar a mudança a um patamar superior? Reformular os velhos valores e crenças deste país que vive do passado, e apostar nos jovens empreendedores que estão a ser postos de parte antes de terem uma oportunidade? Buscar novas formas de produzir internamente e criar empregos para o povo português em Portugal. Pequenas ideias que poderiam fazer uma diferença enorme e parece que ninguém se atreve a tentar! Porque é que parece mais importante queixarmo-nos do que não podemos mudar? Às vezes incomoda-me a inércia do nosso povo, sempre á espera que as coisas se resolvam sozinhas ou que alguém o venha fazer por nós! Não é altura de termos uma atitude mais proactiva? 

Parece tudo uma grande comédia e de facto vive-se como tal. Mas vivemos numa aparente democracia e parece que nunca estamos verdadeiramente satisfeitos, ou que possuímos a liberdade para mudar isso! O que não quer dizer que não podemos tentar…

Fica aqui a ideia e o pensamento que me levou a esta reflexão. Não tanto das reivindicações dos professores, com as quais concordo pontualmente, mas mais de uma perspetiva das greves em geral. Espero que tenham apreciado e que respeitem as minhas opiniões como eu respeitarei as vossas se as desejarem expressar.

NOTA:
Esta rúbrica é uma ideia que tenho considerado já há algum tempo, mas que ainda me deixa um pouco reticente. É sempre um risco considerável expor a nossa opinião sobre assuntos de natureza susceptível, arriscando-me a ter que lidar com comentários e ofensas desagradáveis. Mas, o certo é que, também faz parte da minha índole colocar-me no meio de controvérsias que suscitam o meu interesse e provocam uma reação explosiva sob as minhas crenças. No entanto tenho que sublinhar que o meu objetivo desta rúbrica “Refletindo sobre…” é inteiramente subjetivo, são as minhas opiniões e visões sobre determinados assuntos. Assuntos nos quais emprego (da melhor maneira possível) as minhas capacidades refletivas e argumentativas. E consequentemente procuro receber algum feedback e possivelmente trocar impressões sobre os temas que seleciono. 

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