quinta-feira, 3 de outubro de 2013

“Já lá vai o tempo em que se trocavam votos por micro-ondas”

Fico estupefacta perante a minha pureza de espirito; aqui estava eu julgando que o povo já estava “sabido” no jogo político, e por isso não se deixariam ser ludibriados por falsas intensões e promessas, e estava redondamente enganada! A vida é feita destas duras lições, mas eu mantenho o meu espirito positivo e espero que a sociedade se transforme, e sejamos um pouco mais altruístas e solidários para com os nossos vizinhos – e não daria eu uma boa política? Não, porque a ironia não é o mesmo que a pura mentira!
jornalavem.wordpress.com

Lá na terra dos Deuses, há séculos atrás, uns quantos ideologistas orquestraram um plano de meticulosas regras e punições, que Nicolau Maquiavel  viria a rotular de “a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo"”. Trocaram as togas pelos ostentosos fatos que agora envergam; mudaram os termos para despistar a falta de criatividade, mas a política é a mesma – mascarar a simples e pura ignorância por detrás de um vocabulário que o cidadão mais humilde toma por “caro” e assume, erradamente, por “entendido”. Com esta observação subjetiva podem concluir, e com razão, que não sou mulher de políticas. Nunca senti um apelo particular pela ideia, e agora que compreendo um pouco mais, tenho-lhe ainda mais aversão. É um jogo de indivíduos pretensiosos e vazios daquilo que entendo por política (uma luta pela igualdade e o bem-estar de todos), logo prefiro não tomar uma posição ou discutir partidos – é uma daquelas velhas disputas que nunca mais acabam (e que na minha opinião servem para muito pouco). No entanto, estou consciente que uma sociedade anarquista não é exequível e compreendo a necessidade de manter um qualquer tipo de ordem para o funcionamento (bom ou mau) da sociedade. De qualquer maneira não consigo aceitar que ainda ninguém tenha avançado com uma ideia melhor para resolver o “problema”, duma forma mais justa e civilizada – não cabe na minha cabeça que um governo se ache no direito de atacar outro, usando-se de razões dúbias, e depois saqueie descaradamente as riquezas naturais do mesmo!

Passando à frente desta minha observação, e ainda no campo politica, hoje opino a propósito das eleições que ocorreram por todo o país. Incomoda-me o tempo que dedicamos às promessas vazias que se repetem em panfletos copiados e cansados do mesmo; aos espetáculos circenses que imitam um genuíno interesse nas necessidades do povo; e à monopolização do tempo de antena – dando preferência a uns em detrimento doutros. E de quatro em quatro anos sou obrigada e levar com os panfletos, que só demonstram a desconsideração pela preservação das florestas; e a poluição sonora dos carros de campanha, que numa época de contenção são mais um luxo despropositado; e pior que isso, os chocolates nas caixas do supermercado! Vou explicar esta frase aparentemente fora de contexto: os supermercados colocam as malditas guloseimas nas caixas de pagamento para que se tornem mais atrativas (e confesso que resultam vergonhosamente comigo); tal como as, aparentemente, inócuas “oferendas” que os partidos distribuem estrategicamente mesmo às “portas das urnas” – figurativamente! Acho desonesto da parte dos supermercados obrigarem-me a comer chocolates, gomas e pastilhas elásticas, quando sou claramente capaz de decidir por mim mesma se quero uma guloseima ou não! Já fui por mais que uma vez ao supermercado, unicamente para satisfazer a minha gula! Obrigado mas não obrigado “Grande Pai”, mas eu não vou eleger um saco de m&m´s porque hoje tenho maças! Não me fazem cáries só porque num momento de fraqueza vacilei, e importam-se com o meu bem-estar e em dar-me o que preciso.

Afinal tudo está ligado à política – assim como a religião e qualquer outra “empresa” que gera e acumula zilhões! E é a isto que chamamos de humanidade – a lei do mais forte com o único objetivo de acumular mais e mais riqueza!
graosdeareia.wordpress.com


E no fim somos cinza, pó e depois, nada. Não parece tudo tão absurdo quando vemos desta perspetiva?